O CORONEL E O SOLDADO DA TERRA DAS ALMAS.
Menino novo, mimado e malcriado, Bertulino foi criado em berço esplendido até a maioridade quando, incentivado pelo pai, passou a admirar a carreira militar. No afã de servir as Forças Armadas, Bertulino logo se alistou no Exército Brasileiro, o qual mantinha um Batalhão na sede do município em que residia, e lá conheceu o Coronel e o Tenente-Coronel. De início soldado, mas com a morte dos dois membros que ocuparam por longos anos as maiores patentes daquele Batalhão, Bertulino apenas com quatro anos de carreira, rapidamente intitulou-se Coronel sem que lhe fora dada a referida patente. Entretanto, como menino mimado e malcriado, se achava no direito de ostentar a maior patente daquele Batalhão de Infantaria, não respeitando sequer a hierarquia do soldado mais antigo e aguerrido. Certo dia, Bertulino se dirigiu ao antigo soldado e mandou que o mesmo respeitasse a sua patente. A tirania de Bertulino fora tão grande que, ao assumir a patente de Coronel, todos os aspirantes daquele Batalhão pediram exoneração, e apenas o soldado mais antigo tentou resistir, mesmo explodindo de raiva por ter de aceitar o comando do novo soldado, o qual se auto promoveu ao cargo de Coronel. Não vendo outra solução, o antigo soldado resolveu pleitear a sua transferência para a base da Força Aérea Brasileira daquele mesmo município onde encontrara apoio imediato, não só para guerrear na terra como também nos céus da Terra das Almas. Com essa nova empreitada, o ex-velho soldado do Exército Brasileiro daquele Batalhão sonha em continuar seguindo a sua carreira na Força Aérea Brasileira da Terra das Almas sem ser importunado pelo jovem Coronel, que de forma inopinada arrancou-lhe o sonho de ocupar o mais alto posto daquele Batalhão, e que agora se encontra sem armas e sem soldados para enfrentar os novos combates.